Em 11 de Setembro de 1949 um considerável grupo de algumas dezenas de amigos, na sua maioria forasteiros que costumavam passar férias na Praia da Branca, constatando o marasmo total da povoação e ainda a falta de um local digno para convívio e lazer, lançaram as bases da constituição de um Grupo que se passou a denominar “Amigos da Praia da Areia Branca”. Nesse mesmo dia foi nomeada por aclamação uma Comissão Diretiva, constituída pelos seguintes notáveis:
- Dr. Sotto Teixeira
- Prof. Lima Basto
- Pintor Mário Costa
- Eng. Romeu Caçorino
- Sr. António Raimundo Gomes da Silva
- Dr. Aluísio Leal
- Sr. Lopo Lauer
- Sr. António Pereira Pinheiro de Andrade
Segundo carta dirigida à C. M. da Lourinhã em setembro de 1956 a principal finalidade do Grupo seria a de…
Prestar a sua colaboração nos empreendimentos que essa Exma. Câmara pretenda fazer no sentido de dotar esta Praia no que se refere às suas necessidades mais urgentes, expor o que constitui as nossas mais instantes aspirações e concumitantemente concorrer, dum modo geral, para a valorização do concelho da Lourinhã.
Seriam ainda tarefas mais prementes da referida Comissão Diretiva não só a formalização legal do Grupo enquanto que Associação, como também a construção de um edifício-sede.
Após um longuíssimo trabalho de organização e coordenação, foi lavrada em 1955, no Cartório Notarial de Sobral do Monte Agraço, a escritura de fundação de uma associação denominada “Grupo Dos Amigos da Praia da Areia Branca, escritura essa subscrita por 33 sócios fundadores.
Os estatutos então aprovados eram bastante sumários, estabelecendo o seu art. 1 ser objetivo da Associação pugnar pelo progresso e desenvolvimento, designadamente sob o aspeto urbanístico e turístico, da Praia da Areia Branca, bem como para benefício dos seus habitantes, atuando sempre de acordo e em colaboração com as autarquias locais.
Foi então nomeada uma Comissão Administrativa (interina até à primeira eleição da Direção), presidida pelo Dr. Sotto Teixeira. A esta Associação foi ainda dada força legal pelo alvará nº 21 emitido pelo Governo Civil de Lisboa em 10 de Abril de 1955.
Já no que diz respeito à construção do edifício-sede, terão sido imensas as dificuldades burocráticas a vencer. Apesar de o terreno ter sido oferecido pelo sócio fundador nº 15, Joaquim Henriques Horta de Almeida, a própria Câmara Municipal da Lourinhã formalmente assume, referindo-se ao assunto em Ata de reunião ordinária no dia 1 de Agosto de 1956, que “houve de se venceremvárias dificuldades, por virtude de não se encontrar bem definida e esclarecida a posse do terreno onde se pretendia construir aquele edifício”.
Tudo indica que terá sido determinante o empenho do Presidente da Comissão Administrativa Interina, Dr. Sotto Teixeira, pelo que as obras de terraplanagem e construção do edifício, sob projecto do Arq. Lucínio Cruz, ter-se-ão iniciado no Verão de 1956.
Muito surpreendentemente, a inauguração do mesmo ocorreu apenas um ano depois, tendo sido formalmente inaugurado em 6 de Julho de 1957.
Note-se que toda a construção e apetrechamento do edifício VIGIA foram total e desinteressadamente custeados pelos sócios fundadores.
Em 27 de Setembro de 1991 foi reconhecido ao GAPAB o estatuto de Pessoa Coletiva de Utilidade Pública, segundo diploma assinado pelo Primeiro Ministro de então, Prof. Aníbal Cavaco Silva.